Plone.org versus IE6
Em termos de internet, 8 anos equivalem a uma era glacial. Faça um esforço de memória: os layouts eram feitos em cima de tabelas com overdoses de flash. A monetização de blogs era um sonhos longínquo e a wikipedia era um bebê de poucos verbetes que mal falava português. Nada de redes sociais, youtube ou last.fm. Pensando assim é fácil entender a alegria da comunidade quando semana passada o plone.org depois de quase uma década deixou a antiga aparência padrão para ganhar um novo layout.
A aparência deu um grande salto de qualidade, mas o layout não ficou 100% para IE6. O menu perde estilo, o logo fica estranho, os destaques perdem o fundo e o rodapé despenca. E conforme foi divulgado, isso é proposital. Plone.org faz parte agora do time de site que não se preocuparão mais em fazer contorcionismo para agradar um navegador com prazo de validade vencido.
É importante que não haja confusão. Essa mudança afeta apenas o plone.org e não se trata de mudanças no plone como ferramenta. Portabilidade continua sendo uma prioridade para o Plone e um diferencial frente aos outros CMS concorrentes. Enquanto sistema de gerenciamento de conteúdo o plone ainda preza em ser compatível com IE6, IE7, IE8 assim como com os demais navegadores como Firefox, Safari, Opera, Chrome e suas respectivas versões.
Mas o Plone.org não está sozinho. Essa postura faz parte de uma tendência atual entre os profissionais de web que resolveram dar um basta nos browsers ultrapassados que não seguem os padrões estabelecidos pela W3C. A percepção desta lógica de que dar suporte ao parasita é perpetuar a doença acaba, guardadas as devidas proporções, trazendo para a web a famosa provocação do filósofo Michael Walzer: até que pontos devemos ser tolerantes com a intolerância?